quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Nostalgia.

Ah,como eu tenho saudades de ser criança. Eu já falei isso aqui mais de uma vez e em mais de uma maneira. Mas,eu preciso sempre estar dizendo e lembrando essa fase tão bonita da minha vida.
Essa fase que eu não tinha tristezas profundas, só agoniazinhas que com um abraço passavam. O meu estresse maior era não querer comer feijão e me dizerem que é bom e importante comer feijão. Hoje,eu como feijão todos os dias,não sou mais criança,né? Quando eu tinha um pesadelo,ia pra cama da minha mãe e dormia bem de novo. Hoje, passo noites sem dormir. Não sou mais criança. Eu tinha medo do doutor Abobrinha. aquele do Castelo Rá-tim-bum. Hoje,eu tenho medo de tudo, de todos, não sou mais criança.

Crescer dói, machuca pra caramba. A gente perde a inocência e faz coisas que nunca faria se fôssemos crianças. Voltar à infância é nossa maior fuga. É a fuga desse mundo cruel, flácido e perigoso. Porque o mundo é sim, perigoso. A gente é perigoso quando cresce. Mas, como a gente tem que crescer e isso faz parte da nossa realidade, não custa nada, às vezes, ser nostálgico e resgatar um pouco dessa coisa boa, dessa doçura que a gente já teve um dia.

domingo, 14 de agosto de 2011

Pai.

Mais uma data que a sociedade colocou como dia especial. Dia dos pais. Eu não gosto de datas comerciais,mas preciso reconhecer que as pessoas homenageadas são incríveis.
Meu pai é um cara bacana. Eu e meu irmão somos tudo pra ele, ele já me disse isso várias vezes. Ele só tem medo do que pode acontecer com a gente- embora eu ache que esse medo dele seja muito exagerado,mas eu entendo. Sei que boa parte do que eu sou, sou por causa dele. Meu pai é um cara realmente especial, mesmo às vezes eu não sabendo reconhecer isso. Ele tem uma visão das coisas que me choca - em todos os sentidos. Ele tem uma sensibilidade pra perceber cada coisa que está acontecendo com a gente. Ele só é calado. Ele tem todo o medo que nós não temos. A vida já o fez ter perdas que parecem não ter reparação- voluntariamente,claro. Enfim,estou ficando perdida nas palavras. Meu objetivo aqui é agradecer. É isso que move as coisas. A gratidão. Papai, obrigada por estar sempre por perto,mesmo quando a gente não ache isso tão legal. Obrigada por perceber o impercebível por nós,seus filhos. Saiba que diferentemente do que já aconteceu, a gente não vai soltar da sua mão! Nunca!
te amo mt,melhor pai das galáxias (lembra disso?) hahahaha

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Eu queria...

Eu queria falar com você. Antes não,mas hoje eu tenho vontade. Uma pontinha de vontade. Mas, eu fico pensando se vale a pena. Vale? Não sei. Não sei se eu suporto algumas coisas. Eu fico me fazendo de forte,mas eu tenho as minhas fragilidades. Tenho sim. E não são poucas. Por isso, me poupo. E te poupo também. Te poupo de mim. Acho que te incomodo. Mas, não importa nada disso. A gente nem se fala mais mesmo. Nem ao menos isso. Fica parecendo que foi tudo falso. E não foi? Não sei, em alguns momentos,creio que não. Mas, em outros, tenho certeza que sim. Essa certeza me afastou definitivamente de você,eu acho.
Deixa acontecer, vou é viver a minha vida e pronto.

Até.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Amigos.



Dia do amigo. É hoje! Quer dizer, disseram por aí que é hoje. Mas quem é que define estas datas? Posso estar caindo no clichê de dizer que dia de amigo é todo dia. Como dia de mãe é todo dia. Como dia de pai,vó namorado, é todo dia. Mas aí,eu pergunto: tou mentindo?
Primeiro que amizade é uma coisa que demora pra caramba pra ser cultivada. Não é em um dia,nem em um mês. Precisamos de muito mais que isso pra enchermos a boca e dizermos: taí,tu é meu amigo mesmo. Amizade não são apenas palavras bonitas. A gente diz coisa feia pra caramba pros amigos. Nunca só concorda. Discorda demais, briga, xinga, mas depois tá se amando de novo. Carpinejar tem uma frase que diz: Liberdade na vida é ter um amor pra se prender. Seguramente,ele falava de relacionamentos amorosos. Mas quem disse que na amizade não tem amor? TEM E MUITO. Não é amor carnal, é um amor muito superior a esse. E todo mundo sabe disso.
Bom, eu tou aproveitando que hoje é dia do amigo somente pra agradecer. A gente cria as amizades e esquece de agradecê-las por estarem com a gente, por aturarem nossos pitis, cuidarem da gente quando estamos na fossa e tudo,tudo que eles fazem por nós todos os dias. Não precisa ser um grande feito. Basta ser feito. E a gente nunca agradece.
Feliz de quem tem amigos. Amigos são uma dádiva, são pessoas que a gente escolhe pra estar com a gente e que nos escolhem para estar com elas. E é um relacionamento que mesmo com brigas perdura anos e anos, décadas e décadas. Mesmo que a gente nem sempre esteja perto fisicamente dos nossos amigos,eles habitam o nosso coração. Esse terreno do nosso corpo que é tão grande e tão bonito.
Eu amo meus amigos. Cada um do jeitinho que é. Não sei se sou uma ótima amiga,mas tenham certeza,queridos, eu faço mais do que o possível pra isso. Eu tenho ótimos amigos,ainda bem,sou muito feliz por isso. E hoje,agradeço a cada um deles,que perto ou distante estão na minha vida e me fazem uma pessoa melhor!!!!
FELIZ DIA DO AMIGO

por Nathaly

sexta-feira, 15 de julho de 2011

É isso.

Cara,nunca pensei que fosse sentir nada parecido com o que eu senti ontem. Impactante? Chocante? Revoltante? Nem me pergunte qual dessas palavras define, se é que algumas dela de fato define o que eu senti. Fiquei parada alguns segundos, mirei a tela com uma sensação ruim, que se alastrou para todo o meu corpo em fração de segundos. Aquelas duas palavras associadas a um nome que não era o meu. Poxa,que rapidez! Logo você, que adora fazer as coisas na 'manha do gato'. Que rapidez! Será rapidez mesmo,ou era eu quem estava lutando por uma causa perdida e não tinha percebido? Tanto faz. Eu só não queria ter sido enganada tanto tempo. Iludida. Você sabia o que eu sentia, sempre fui muito transparente. Eu achei que você fosse,mas tou vendo que não. Você foi opaco. Tão opaco que não pude ver que as suas palavras não foram verdade. Você foi opaco,porque você nunca me disse nada olhando pra mim. Tudo por uma porra de uma tela de computador. Foi isso que faltou. Transparência. E, sinceramente,eu não entendo o que eu fiz pra você ter agido comigo desse jeito. Você não era obrigado a nada. Nunca fiquei no seu pé, nem correndo atrás de você. Mas,mesmo assim,você veio atrás, dizendo coisas lindas,que provavelmente você nunca sentiu, ou se já sentiu,não sentia mais. Pra no final, ser assim. Duas palavras: relacionamento sério. Com uma pessoa que não sou eu.
Confesso que fiquei em estado de choque. Não conseguia esboçar uma palavra. E aquelas duas palavras que não estavam associadas a mim ficaram me corroendo a noite inteira. Parecia que tinha comido algo pesadíssimo à noite e fui tentar dormir. Em vão. Não preguei o olho, fiquei sentada na cama,processando a informação. Na verdade,acho que ainda estou processando, deve ser por isso que estou elaborando este escrito. Não fique pensando que eu estou desse jeito por SUA causa. Não temos mais nada mesmo! O que me dói,o que me machuca é que você nunca quis ser meu de verdade. NUNCA. E nem venha dizer o contrário, agora NÃO ME INTERESSA MAIS. Você sabe que fez besteira e o pior, veio consertar tarde demais. Você não precisava ter se chegado de novo,se não tinha certeza do que queria. Teria evitado muitas coisas - mas acho que você pensa demais em você pra pensar nos outros,né? Eu lembro que no dia que te conheci,você, bêbado, me disse: eu não gosto de enganar as pessoas! Nunca me esqueci disso. Nunca. Será que era só conversa de bêbado mesmo? Não sei. E, na boa,prefiro não ficar sabendo, é desnecessário pra mim agora e sempre. Tanto faz. Tanto faz.
Não sei como será daqui pra frente,ninguém sabe. Espero que corra tudo bem para mim. E no que depender de mim correrá sim. Tudo muito bem. E pra você, que corra tudo bem também, que você não machuque mais ninguém como você me machucou e mais importante: MEÇA AS SUAS PALAVRAS. Não saia dizendo pras pessoas o que você não sente. Isso é ruim,pode ser que não seja pra você,mas pra quem te escutou e se dedicou a gostar tanto de você, pode ser muito doloroso.
É isso.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Carlos Drummond de Andrade.


Os ombros suportam o mundo

Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

(C.D.A)

terça-feira, 21 de junho de 2011

Fabrício Carpinejar.

TEMPO É TERNURA


Viver tem sido adiantar o serviço do dia seguinte. No domingo, já estamos na segunda, na terça já estamos na quarta e sempre um dia a mais do dia que deveríamos viver. Pelo excesso de antecedência, vamos morrer um mês antes.

Está na hora de encarar a folha branca da agenda e não escrever. O costume é marcar o compromisso e depois adiar, que não deixa de ser uma maneira de ainda cumpri-lo.

Tempo é ternura.

Perder tempo é a maior demonstração de afeto. A maior gentileza. Sair daquele aproveitamento máximo de tarefas. Ler um livro para o filho pequeno dormir. Arrumar as gavetas da escrivaninha de sua mulher quando poderia estar fazendo suas coisas. Consertar os aparelhos da cozinha, trocar as pilhas do controle remoto. Preparar um assado de 40 minutos. Usar pratos desnecessários, não economizar esforço, não simplificar, não poupar trabalho, desperdiçar simpatia.

Levar uma manhã para alinhar os quadros, uma tarde para passar um paninho nas capas dos livros e lembrar as obras que você ainda não leu. Experimentar roupas antigas e não colocar nenhuma fora. Produzir sentido da absoluta falta de lógica.

Tempo é ternura.

O tempo sempre foi algoz dos relacionamentos. Convencionou-se explicar que a paixão é biológica, dura apenas dois anos e o resto da convivência é comodismo.

Não é verdade, amor não é intensidade que se extravia na duração.

Somente descobriremos a intensidade se permitirmos durar. Se existe disponibilidade para errar e repetir. Quem repete o erro logo se apaixonará pelo defeito mais do que pelo acerto e buscará acertar o erro mais do que confirmar o acerto. Pois errar duas vezes é talento, acertar uma vez é sorte.

Acima da obsessão de controlar a rotina e os próximos passos, improvisar para permanecer ao lado da esposa. Interromper o que precisamos para despertar novas necessidades.

Intensidade é paciência, é capricho, é não abandonar algo porque não funcionou. É começar a cuidar justamente porque não funcionou.

Casais há mais de três décadas juntos perderam tempo. Criaram mais chances do que os demais. Superaram preconceitos. Perdoaram medos. Dobraram o orgulho ao longo das brigas. Dormiram antes de tomar uma decisão.

Cederam o que tinham de mais precioso: a chance de outras vidas. Dar uma vida a alguém será sempre maior do que qualquer vida imaginada.



Achei lindo isso!