sábado, 12 de março de 2011

Especial Clarice Lispector.

Não,não é aniversário dela. Ela é sagitariana,assim como eu. Mas há alguns tempos, a escrita dessa criatura tem me cativado -ainda mais. Me identifico bastante com o que ela escreve, com sua intensidade, seu eterno conflito interno,externo,enfim. Alguns de meus posts - intercalados ou não- serão dedicados a ela, com textos dela, do livro A descoberta do mundo, um livro de crônicas que ela publicou entre 1967 e 1973, no Jornal do Brasil. Eu digo crônicas,mas só para tentar encaixar em algum gênero. O que ela escrevia eram seus próprios sentimentos,suas vivências,angústias e lamentos. Textos incríveis,de fato.

O primeiro texto que vou postar hoje é um de seus primeiros publicados no jornal. Lindo e ótimo para reflexão do que nós somos. Somos frutos da nossa imaginação ou realmente existimos? Difícil. Eu me identifico muito, e acho que muita gente também se identificará,por que muitas vezes eu me pergunto quem eu sou,qual meu papel nesse mundo, fico com essas coisas na cabeça, é bem constante, porém no final você se encontra e percebe a que veio. Ou não.


A surpresa

Olhar-se ao espelho e dizer-se deslumbrada: Como sou misteriosa. Sou tão delicada e forte. E a curva dos lábios manteve a inocência.
Não há homem ou mulher que por acaso não se tenha olhado ao espelho e se surpreendido consigo próprio. Por uma fração de segundo a gente se vê como a um objeto a ser olhado. A isto se chamaria talvez de narcisismo, mas eu chamaria de : alegria de ser. Alegria de encontrar na figura exterior os ecos da figura interna: ah,então é verdade que eu não me imaginei, eu existo.

Um comentário:

  1. Realmente, Clarice, é Clarice. Adoro o jeito como ela escreve, pq são sentimentos e emoções.
    E realmente: eu já me olhei no espelho e também me achei misteriosa
    kkkkkkkkkkk

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