quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Nostalgia.

Ah,como eu tenho saudades de ser criança. Eu já falei isso aqui mais de uma vez e em mais de uma maneira. Mas,eu preciso sempre estar dizendo e lembrando essa fase tão bonita da minha vida.
Essa fase que eu não tinha tristezas profundas, só agoniazinhas que com um abraço passavam. O meu estresse maior era não querer comer feijão e me dizerem que é bom e importante comer feijão. Hoje,eu como feijão todos os dias,não sou mais criança,né? Quando eu tinha um pesadelo,ia pra cama da minha mãe e dormia bem de novo. Hoje, passo noites sem dormir. Não sou mais criança. Eu tinha medo do doutor Abobrinha. aquele do Castelo Rá-tim-bum. Hoje,eu tenho medo de tudo, de todos, não sou mais criança.

Crescer dói, machuca pra caramba. A gente perde a inocência e faz coisas que nunca faria se fôssemos crianças. Voltar à infância é nossa maior fuga. É a fuga desse mundo cruel, flácido e perigoso. Porque o mundo é sim, perigoso. A gente é perigoso quando cresce. Mas, como a gente tem que crescer e isso faz parte da nossa realidade, não custa nada, às vezes, ser nostálgico e resgatar um pouco dessa coisa boa, dessa doçura que a gente já teve um dia.

domingo, 14 de agosto de 2011

Pai.

Mais uma data que a sociedade colocou como dia especial. Dia dos pais. Eu não gosto de datas comerciais,mas preciso reconhecer que as pessoas homenageadas são incríveis.
Meu pai é um cara bacana. Eu e meu irmão somos tudo pra ele, ele já me disse isso várias vezes. Ele só tem medo do que pode acontecer com a gente- embora eu ache que esse medo dele seja muito exagerado,mas eu entendo. Sei que boa parte do que eu sou, sou por causa dele. Meu pai é um cara realmente especial, mesmo às vezes eu não sabendo reconhecer isso. Ele tem uma visão das coisas que me choca - em todos os sentidos. Ele tem uma sensibilidade pra perceber cada coisa que está acontecendo com a gente. Ele só é calado. Ele tem todo o medo que nós não temos. A vida já o fez ter perdas que parecem não ter reparação- voluntariamente,claro. Enfim,estou ficando perdida nas palavras. Meu objetivo aqui é agradecer. É isso que move as coisas. A gratidão. Papai, obrigada por estar sempre por perto,mesmo quando a gente não ache isso tão legal. Obrigada por perceber o impercebível por nós,seus filhos. Saiba que diferentemente do que já aconteceu, a gente não vai soltar da sua mão! Nunca!
te amo mt,melhor pai das galáxias (lembra disso?) hahahaha

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Eu queria...

Eu queria falar com você. Antes não,mas hoje eu tenho vontade. Uma pontinha de vontade. Mas, eu fico pensando se vale a pena. Vale? Não sei. Não sei se eu suporto algumas coisas. Eu fico me fazendo de forte,mas eu tenho as minhas fragilidades. Tenho sim. E não são poucas. Por isso, me poupo. E te poupo também. Te poupo de mim. Acho que te incomodo. Mas, não importa nada disso. A gente nem se fala mais mesmo. Nem ao menos isso. Fica parecendo que foi tudo falso. E não foi? Não sei, em alguns momentos,creio que não. Mas, em outros, tenho certeza que sim. Essa certeza me afastou definitivamente de você,eu acho.
Deixa acontecer, vou é viver a minha vida e pronto.

Até.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Amigos.



Dia do amigo. É hoje! Quer dizer, disseram por aí que é hoje. Mas quem é que define estas datas? Posso estar caindo no clichê de dizer que dia de amigo é todo dia. Como dia de mãe é todo dia. Como dia de pai,vó namorado, é todo dia. Mas aí,eu pergunto: tou mentindo?
Primeiro que amizade é uma coisa que demora pra caramba pra ser cultivada. Não é em um dia,nem em um mês. Precisamos de muito mais que isso pra enchermos a boca e dizermos: taí,tu é meu amigo mesmo. Amizade não são apenas palavras bonitas. A gente diz coisa feia pra caramba pros amigos. Nunca só concorda. Discorda demais, briga, xinga, mas depois tá se amando de novo. Carpinejar tem uma frase que diz: Liberdade na vida é ter um amor pra se prender. Seguramente,ele falava de relacionamentos amorosos. Mas quem disse que na amizade não tem amor? TEM E MUITO. Não é amor carnal, é um amor muito superior a esse. E todo mundo sabe disso.
Bom, eu tou aproveitando que hoje é dia do amigo somente pra agradecer. A gente cria as amizades e esquece de agradecê-las por estarem com a gente, por aturarem nossos pitis, cuidarem da gente quando estamos na fossa e tudo,tudo que eles fazem por nós todos os dias. Não precisa ser um grande feito. Basta ser feito. E a gente nunca agradece.
Feliz de quem tem amigos. Amigos são uma dádiva, são pessoas que a gente escolhe pra estar com a gente e que nos escolhem para estar com elas. E é um relacionamento que mesmo com brigas perdura anos e anos, décadas e décadas. Mesmo que a gente nem sempre esteja perto fisicamente dos nossos amigos,eles habitam o nosso coração. Esse terreno do nosso corpo que é tão grande e tão bonito.
Eu amo meus amigos. Cada um do jeitinho que é. Não sei se sou uma ótima amiga,mas tenham certeza,queridos, eu faço mais do que o possível pra isso. Eu tenho ótimos amigos,ainda bem,sou muito feliz por isso. E hoje,agradeço a cada um deles,que perto ou distante estão na minha vida e me fazem uma pessoa melhor!!!!
FELIZ DIA DO AMIGO

por Nathaly

sexta-feira, 15 de julho de 2011

É isso.

Cara,nunca pensei que fosse sentir nada parecido com o que eu senti ontem. Impactante? Chocante? Revoltante? Nem me pergunte qual dessas palavras define, se é que algumas dela de fato define o que eu senti. Fiquei parada alguns segundos, mirei a tela com uma sensação ruim, que se alastrou para todo o meu corpo em fração de segundos. Aquelas duas palavras associadas a um nome que não era o meu. Poxa,que rapidez! Logo você, que adora fazer as coisas na 'manha do gato'. Que rapidez! Será rapidez mesmo,ou era eu quem estava lutando por uma causa perdida e não tinha percebido? Tanto faz. Eu só não queria ter sido enganada tanto tempo. Iludida. Você sabia o que eu sentia, sempre fui muito transparente. Eu achei que você fosse,mas tou vendo que não. Você foi opaco. Tão opaco que não pude ver que as suas palavras não foram verdade. Você foi opaco,porque você nunca me disse nada olhando pra mim. Tudo por uma porra de uma tela de computador. Foi isso que faltou. Transparência. E, sinceramente,eu não entendo o que eu fiz pra você ter agido comigo desse jeito. Você não era obrigado a nada. Nunca fiquei no seu pé, nem correndo atrás de você. Mas,mesmo assim,você veio atrás, dizendo coisas lindas,que provavelmente você nunca sentiu, ou se já sentiu,não sentia mais. Pra no final, ser assim. Duas palavras: relacionamento sério. Com uma pessoa que não sou eu.
Confesso que fiquei em estado de choque. Não conseguia esboçar uma palavra. E aquelas duas palavras que não estavam associadas a mim ficaram me corroendo a noite inteira. Parecia que tinha comido algo pesadíssimo à noite e fui tentar dormir. Em vão. Não preguei o olho, fiquei sentada na cama,processando a informação. Na verdade,acho que ainda estou processando, deve ser por isso que estou elaborando este escrito. Não fique pensando que eu estou desse jeito por SUA causa. Não temos mais nada mesmo! O que me dói,o que me machuca é que você nunca quis ser meu de verdade. NUNCA. E nem venha dizer o contrário, agora NÃO ME INTERESSA MAIS. Você sabe que fez besteira e o pior, veio consertar tarde demais. Você não precisava ter se chegado de novo,se não tinha certeza do que queria. Teria evitado muitas coisas - mas acho que você pensa demais em você pra pensar nos outros,né? Eu lembro que no dia que te conheci,você, bêbado, me disse: eu não gosto de enganar as pessoas! Nunca me esqueci disso. Nunca. Será que era só conversa de bêbado mesmo? Não sei. E, na boa,prefiro não ficar sabendo, é desnecessário pra mim agora e sempre. Tanto faz. Tanto faz.
Não sei como será daqui pra frente,ninguém sabe. Espero que corra tudo bem para mim. E no que depender de mim correrá sim. Tudo muito bem. E pra você, que corra tudo bem também, que você não machuque mais ninguém como você me machucou e mais importante: MEÇA AS SUAS PALAVRAS. Não saia dizendo pras pessoas o que você não sente. Isso é ruim,pode ser que não seja pra você,mas pra quem te escutou e se dedicou a gostar tanto de você, pode ser muito doloroso.
É isso.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Carlos Drummond de Andrade.


Os ombros suportam o mundo

Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

(C.D.A)

terça-feira, 21 de junho de 2011

Fabrício Carpinejar.

TEMPO É TERNURA


Viver tem sido adiantar o serviço do dia seguinte. No domingo, já estamos na segunda, na terça já estamos na quarta e sempre um dia a mais do dia que deveríamos viver. Pelo excesso de antecedência, vamos morrer um mês antes.

Está na hora de encarar a folha branca da agenda e não escrever. O costume é marcar o compromisso e depois adiar, que não deixa de ser uma maneira de ainda cumpri-lo.

Tempo é ternura.

Perder tempo é a maior demonstração de afeto. A maior gentileza. Sair daquele aproveitamento máximo de tarefas. Ler um livro para o filho pequeno dormir. Arrumar as gavetas da escrivaninha de sua mulher quando poderia estar fazendo suas coisas. Consertar os aparelhos da cozinha, trocar as pilhas do controle remoto. Preparar um assado de 40 minutos. Usar pratos desnecessários, não economizar esforço, não simplificar, não poupar trabalho, desperdiçar simpatia.

Levar uma manhã para alinhar os quadros, uma tarde para passar um paninho nas capas dos livros e lembrar as obras que você ainda não leu. Experimentar roupas antigas e não colocar nenhuma fora. Produzir sentido da absoluta falta de lógica.

Tempo é ternura.

O tempo sempre foi algoz dos relacionamentos. Convencionou-se explicar que a paixão é biológica, dura apenas dois anos e o resto da convivência é comodismo.

Não é verdade, amor não é intensidade que se extravia na duração.

Somente descobriremos a intensidade se permitirmos durar. Se existe disponibilidade para errar e repetir. Quem repete o erro logo se apaixonará pelo defeito mais do que pelo acerto e buscará acertar o erro mais do que confirmar o acerto. Pois errar duas vezes é talento, acertar uma vez é sorte.

Acima da obsessão de controlar a rotina e os próximos passos, improvisar para permanecer ao lado da esposa. Interromper o que precisamos para despertar novas necessidades.

Intensidade é paciência, é capricho, é não abandonar algo porque não funcionou. É começar a cuidar justamente porque não funcionou.

Casais há mais de três décadas juntos perderam tempo. Criaram mais chances do que os demais. Superaram preconceitos. Perdoaram medos. Dobraram o orgulho ao longo das brigas. Dormiram antes de tomar uma decisão.

Cederam o que tinham de mais precioso: a chance de outras vidas. Dar uma vida a alguém será sempre maior do que qualquer vida imaginada.



Achei lindo isso!

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Poeminha.

Na boa,tou orgulhosa de mim. Pela primeira vez eu criei um poema. E até agora quem leu,gostou.
Resolvi colocá-lo aqui. E engraçado,passei a noite quase toda em claro pra analisar uma poesia,quando poderia eu mesma ter criado. Enfim...

a infância, a vida ADULTA e os probLEMAS.

Por Nathaly Ramos

criança.

problemas.

briguinhas.

escolinha.

não quero comer!

não quero estudar!

ai, pra quê tomar banho?

Ah,quero é ver desenho!

Buááááááááá!

Adulto.

PROBLEMAS.

ETERNAS DISCUSSÕES.

NÃO POSSO COMER,TOU GORDA!

TENHO QUE ESTUDAR!

TENHO QUE TRABALHAR!

e quase nunca eu posso chorar. quase.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Homenagem.




Hoje é um dia muito especial! É aniversário da minha vovó linda que eu amo tanto.
Desde que ela veio morar aqui em casa(acho que tem uns dois anos isso), ela se tornou ainda mais especial! Essa convivência diária, as risadinhas dela (que não são poucas), as brabezas (que não são nem um pouco poucas hahahaah), tudo,tudo é muito bom e dá saudades quando as férias chegam e ela não fica aqui!
Minha vó foi uma guerreira! E hoje, ela colhe alguns frutos de todas as suas batalhas já vencidas!

Vovó, eu sei que você não vai ler meu post,mas saiba que eu te desejo tudo de bom e quero a senhora por mais anos aqui com a gente! te amo! ♥

sábado, 11 de junho de 2011

Os tempos e os problemas.

"Na infância,bastava sol lá fora e o resto se resolvia."

É com essa frase de Carpinejar que eu afirmo: Eita coisinha difícil essa que é ser adulto. Você dorme com problemas e acorda com o dobro. E quando você pensa que tá tudo resolvido não tem é nada certo.
Quando eu era criança meus problemas eram tão simplórios. Eu chorava porque queria ir pra escola mesmo sem ter aula, chorava quando queria um jogo e minha mãe não queria - ou não podia- comprar. Brigava com meu irmão por causa do videogame e minhas tarefas da escola eram fáceis.
Hoje, eu choro de decepção, de raiva, até de emoção - não sejamos tão pessimistas,né?- Tenho que trabalhar pra poder ter meus "jogos" e minhas coisas. Eu mal vejo o meu irmão porque passo o dia na rua. Nem tempo pra brigar temos mais. E minhas tarefas não são mais da escola,são sobre a escola.
Mas uma coisa não mudou: pra mim, o Sol ainda precisa estar lá fora.É ele um dos formadores do meu humor. O Sol me deixa animada para encarar essa dificuldade de ser adulta,de ter realmente problemas que não se resolvem com o Sol.O Sol me lembra ser criança. A chuva me entristece, como sempre. É tristeza de adulto,mais,muito mais triste que tristeza de criança.


Ah,como era bom ser criança!



quarta-feira, 1 de junho de 2011

De Clarice pra nós.

Por não estarem distraídos

Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que, por admiração, se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.

Clarice Lispector

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Pra começar a semana.

Mais uma semana se inicia. E a gente nunca sabe o que ela guarda pra gente. É sempre um mistério. Viver é um mistério. A gente tenta fazer planos, mas eles podem mudar em fração de segundos. E a nossa vida inteira muda juntamente com nossos planos que não deram certo. E a gente se sente um lixo por causa disso. Deveríamos? Bom,creio que sim. E sabe porquê? Porque a gente planeja demais, calcula demais. E faz de menos. Aí, a vida se cansa de esperar e muda a rota das coisas, fazendo com que nossos planos não deem certo e tudo pareça perdido, até que começamos a fazer novos planos, que também não dão certo porque persistimos no erro de ir lentamente, de não correr riscos a toa, de ter medo. Acho que nós mesmos nos sabotamos. Acabamos com a nossa própria felicidade e com nosso destino. A gente espera demais pra colocar as coisas em prática e elas acabam se perdendo com o tempo. O vento sopra e leva tudo embora. E mais uma vez vem a frustração. É triste.

Eu planejo tem uma boa semana. Mas acho que meus cálculos estão grandes demais, longos demais. Pode ser que o vento venha mais forte e leve tudo embora. E eu continue na mesmice de sempre.
E você?

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Vazio.

O texto de hoje é cheio dessa palavra que está no título.Vazio. Talvez, vocês meus raros leitores nem entendam o que eu vou escrever,mas não importa,porque nem eu mesma consigo me entender dentro de mim. Vazio. É o que venho sentindo faz algum tempo. Vazio de quê? Vazio de muita coisa. Não tem como listar, muito menos como explicar o que é isso. Só sentindo mesmo - ou não.
A gente faz tanta coisa nessa vida e em alguns momentos acha que não fez nada. Ou a gente não faz nada e acha que fez tudo. Na verdade, eu nem sei o porquê de estar escrevendo este texto. Ele é vazio. Vazio como o que existe dentro de mim nesse momento. Mas, ao mesmo tempo, é cheio. Cheio de quê? Não sei. Só sentindo mesmo- ou não.
Às vezes a gente se sente completo, mas daqui a pouco, numa fração de segundo, esse maldito vazio chega, numa velocidade que dá medo, só sentindo- ou não.
Sair do vazio é estar cheio? Cheio. Eu queria estar cheia. Pelo menos tem volume, tem consistência. E estar vazio? Sim, estar vazio não é nada, não diz nada, não remete a nada. Nada. Nada é tudo e tudo é nada? Só sentindo pra saber- ou não.

sábado, 12 de março de 2011

Especial Clarice Lispector.

Não,não é aniversário dela. Ela é sagitariana,assim como eu. Mas há alguns tempos, a escrita dessa criatura tem me cativado -ainda mais. Me identifico bastante com o que ela escreve, com sua intensidade, seu eterno conflito interno,externo,enfim. Alguns de meus posts - intercalados ou não- serão dedicados a ela, com textos dela, do livro A descoberta do mundo, um livro de crônicas que ela publicou entre 1967 e 1973, no Jornal do Brasil. Eu digo crônicas,mas só para tentar encaixar em algum gênero. O que ela escrevia eram seus próprios sentimentos,suas vivências,angústias e lamentos. Textos incríveis,de fato.

O primeiro texto que vou postar hoje é um de seus primeiros publicados no jornal. Lindo e ótimo para reflexão do que nós somos. Somos frutos da nossa imaginação ou realmente existimos? Difícil. Eu me identifico muito, e acho que muita gente também se identificará,por que muitas vezes eu me pergunto quem eu sou,qual meu papel nesse mundo, fico com essas coisas na cabeça, é bem constante, porém no final você se encontra e percebe a que veio. Ou não.


A surpresa

Olhar-se ao espelho e dizer-se deslumbrada: Como sou misteriosa. Sou tão delicada e forte. E a curva dos lábios manteve a inocência.
Não há homem ou mulher que por acaso não se tenha olhado ao espelho e se surpreendido consigo próprio. Por uma fração de segundo a gente se vê como a um objeto a ser olhado. A isto se chamaria talvez de narcisismo, mas eu chamaria de : alegria de ser. Alegria de encontrar na figura exterior os ecos da figura interna: ah,então é verdade que eu não me imaginei, eu existo.

quarta-feira, 9 de março de 2011

É o fim (?)




Enfim hoje é a tão inesperada quarta-feira de cinzas. Dia que simboliza uma das festas mais populares do Brasil: o Carnaval. São 4 dias de festa,farras e folia. Como já disse em post anterior,é uma festa -dependendo do lugar- extremamente igualitária, onde ricos e pobres se misturam com um único objetivo: se divertir. Mas,eis que chega o fim de tudo. Chega o fim da diversão sem fim. Chega o fim da igualdade. As pessoas voltam a viver de aparências, a forjarem suas próprias vidas. Seria tão bom se as pessoas vivessem um eterno carnaval. Mas não me refiro ao carnaval com bebidas e insanidades. Me refiro à parte de sermos nós mesmos,não levarmos as coisas tão a sério. Claro que nossas obrigações devem ser encaradas com seriedade,mas uma seriedade leve,sem tensões. E é esse o sentimento que pelo menos eu levo do carnaval: que eu,mesmo quando preciso ser séria - preciso?- nesses dias de festa, sou muito mais eu mesma,me preocupo muito menos,sou mais feliz mesmo.

Ah,quero 365 dias assim pra mim,pra nós!!!!


por Nathaly

segunda-feira, 7 de março de 2011

Sensações musicais.




Cara,tava parando pra refletir como a música mexe comigo. Não só comigo,mas com esmagadora parte da população. E como algumas vozes em especiais me tocam tanto que só de pensar em ouvi-las já tenho uma sensação boa. Fico impressionada com seres humanos que têm essa capacidade de (en)cantar tão bem.
Confesso que sou uma pessoa de fases,mas fases no sentido de ouvir mais ou menos os cantores que eu gosto. Ultimamente andei conhecendo muita coisa legal. Vou citar Tulipa Ruiz,que voz! Nossa! Um sotaque e uma melodia todos especiais.Mas nunca esqueço de Fernanda Takai,seja no Pato Fu ou em disco solo. A voz dela me deixa muito feliz. É como se eu não tivesse mais problemas naquele momento. Há outras vozes que me tocam muito, ou nem tanto,mas a letra é tão contagiante que me encanta. Não posso deixar de citar os pernambucanos Otto e Lenine, os quais vi ótimos shows neste carnaval. Otto com sua irreverência, me conquistou mais ainda com seu show e sua alegria. Lenine conseguiu o mesmo, eles me deram mais orgulho ainda de ser dessa terra maravilhosa chamada Pernambuco.

Música é isso, palavras,sensações,tudo.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Carnavalizar.

Começo a semana com um tema bem interessante de uma data mais interessante ainda: O Carnaval.

Bom, a minha relação com essa festa maravilhosa tem uma data recente. Há uns trÊs anos que passo meus carnavais dentro da cidade e posso lhes garantir,foram meus melhores carnavais. O povo de Recife é animado, é festivo e além disso é tradicional. Acho massa isso, esse amor pela terra. O colorido, as danças, os shows. E acho muito válida a ideia de espalhar o Carnaval pela cidade inteira,em vários polos, dando assim chance a todos de curtirem a festa o mais perto possível de suas casas. Outro fator que acho maravilhoso: aqui você não paga NADA pra ser feliz nessa festa. Enquanto em outras partes do Brasil, foliões pagam até 1000 reais para saírem num bloco, em Pernambuco é tudo gratuito. E a qualidade é ainda melhor que essas festas pagas,na minha leiga opinião.
Considero trocar o Carnaval de Pernambuco por qualquer outro um crime. Aqui sim há a igualdade proposta pela festa, ricos e pobres,todos curtindo juntos sem uma grande exclusão.
Carnaval não é tempo de pensar nos problemas! São 4 dias de festa pra serem vividos com uma intensidade que só vivendo pra saber!
VIVER!!!!!

Vamos carnavalizar com muita paz,respeito ao próximo e responsabilidade sempre!!!!!!!!!

por Nathaly

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Quando eu vivo esse encontro,
Eu digo adeus
Refaço os meus planos
Pra rimar com os seus

Abandono o que é pronto
E digo adeus
Eu trago os meus sonhos
Pra somar aos seus

E toda vez que vier
Felicidade vai trazer
A cada vez que quiser
Basta a gente querer
Ser desta vez a melhor

E toda vez que vier
Felicidade a mais
A cada vez que quiser
Basta a gente dizer
Só uma vez
Uma só voz





É HOJE E VAI SER MT BOM!!!!!

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Resistência.

Nos últimos tempos, tenho me sentido um pouco insatisfeita comigo mesma em relação à condição física. Então,quando voltei da minha viagem a Brasília, resolvi fazer uma dieta. E posso confessar aqui sem nenhum pudor: tá foda pra mim.

Eu sou uma pessoa que realmente tenho prazer em comer. Pra mim é uma das melhores coisas que existem. Não, eu não estou passando fome, nem adiantaria,né mesmo? Mas estou comendo bem menos do que eu comia antes e cortei praticamente tudo que eu adoro comer. E tá foda. Resistir às tentações tá foda. Por isso,nem um luxinho eu posso ter, tem que ser na dureza mesmo. Preciso focar nos resultados.

Mesmo diante desse 'sofrimento' todo, tou enxergando um lado positivo pra tudo isso: de fato, estou me sentindo mais leve, mesmo que eu só tenha começado essa dieta há alguns dias (pra quem começava dieta em um dia e no mesmo dia acabava,até que tá bom,né?). Mas esses dias já estão fazendo diferença na minha vida. Não que eu esteja mais magra,não. Isso será uma consequência das minhas ações. Mas estou me sentindo mais saudável. Não plenamente feliz,mas contente sim, por que não?

Espero ter forças pra continuar assim. Sei que será bom pra mim, terei minha recompensa no final. Não existe sacrifício que não seja recompensado e temos que levar essa máxima a sério o quanto pudermos. Sorte pra mim ;)

por Nathaly

domingo, 30 de janeiro de 2011

Conversa de trem.

Eu e minha mãe fomos ao centro da cidade ontem e, na hora da volta, optamos pelo metrô pra mais cedo chegarmos em casa- isso depois de muito eu insistir com a minha mãe que essa seria a opção mais ágil. Enfim. Adentramos a estação, esperamos o metrô. Ele chegou. Entramos e sentamos. Então, entra um rapaz, 'pregando a palavra'. Uma senhora,bastante mau humorada começa a comentar comigo que estava evitando entrar em metrôs por causa dessas pessoas que entram pra falar e segundo ela,fazer barulho,pois ela trabalhara 30 e poucos anos com educação e não suportava mais barulho.
A partir dessa afirmação, engatamos um papo sobre educação- afinal de contas, eu também sou dessa área. Ela começou a dizer que eu desistisse, que era difícil,que você lida com pessoas terríveis,é estressante, que a filha dela queria ser professora,mas ela não deixou a menina seguir essa carreira. Enfim,ela acabou com a imagem da educação, não expôs nenhum ponto positivo. Minha mãe ouviu os comentários dela e começou a dizer que eu não ia ser professora do estado, que seria professora de faculdade.
Quando descemos do metrô, comecei a comentar a opinião dessa mulher. Minha mãe disse que eu ia dar aula onde eu quisesse, que aquela mulher era frustrada,isso sim. Que estava no caminho certo, que eu realmente gosto disso e nasci pra isso!
Essa conversa toda só me fez ter mais certeza do que eu quero, ser professora. As pessoas me julgam louca, pois vou ser pobre, e ainda vou ter que aturar pivetes. Gente, qual a graça de trabalhar sem dificuldade? Para pra pensar. Poxa,é por isso que a educação tá do jeito que tá. Ninguém pensa no outro,só pensa numa droga de salário. Quanta mesquinhez!!! Não vou ser hipócrita aqui e dizer que a grana não é importante. Claro que é! Mas a gente não pode ser movido só por essa engrenagem! Fazer algo pelo próximo,se sentir útil é muito mais importante, e é isso que eu quero pra mim. SEMPRE!


por Nathaly

sábado, 8 de janeiro de 2011

A tecnologia e o ato da conversa.

Eu tava observando o andamento da minha vida, de uns anos pra cá. Nossa,como eu mudei! Meus gostos,minhas ideias. Só uma coisa eu não mudei: meu gosto por falar. Pra mim é fabuloso ter o poder de falar e o de ser ouvida. É muito bom sentir que as pessoas dão atenção pro que você diz e que dialogam com você.
Só uma coisa me deixa chateada: como as pessoas estão falando pouco. Conversando menos pessoalmente e mais virtualmente,num isolamento social tremendo. Não,eu não sou uma anti-tecnologia,mas eu sou muito a favor do papo cara a cara,é muito mais emocionante.Parece que você transmite mais verdade quando fala com a pessoa diretamente. Você gesticula, observa o gesto do outro e a interação fica muito mais interessante e divertida. Quando a interação é meramente virtual, não sabemos até que ponto a pessoa está sendo sincera, pois não observamos o rosto dela, as expressões, que podem parecer inúteis,mas definem muito o que as pessoas querem dizer.
Claro que a vida corrida nos impede de poder viver essa conversa ao vivo com mais frequência, pessoas que estão distantes de nós, impedem toda essa minha campanha pela conversa mais pessoal. Mas, hoje e por que não sempre, tente conversar com as pessoas mais próximas olhando para elas, observando seus gestos e deixando que o outro perceba os seus também. A diferença é incrível.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Quando é que será a sua hora da estrela?





O romance que dá título ao texto aqui escrito é um dos mais tocantes que já li. E foi este livro que me deu margem pra o que sinto por Clarice Lispector. Ela é incrível. Com sua linguagem e suas temáticas cotidianas,ela consegue ir no mais profundo do ser humano e te tocar de forma intrigante.Quem não fica mexido com o que ela escreve não tem sensibilidade pra mais nada. E não estou nem brincando.
A hora da estrela conta a história de Macabéa, uma mulher nordestina que foi tentar a vida no Rio de Janeiro. Mas Macabéa tem uma coisa que chama atenção: não chamar a atenção de ninguém. Ela apenas respira,apenas existe,num anonimato tão profundo quanto a sua tristeza. As pessoas a enganam, a humilham, a perseguem, mas ela parece indiferente a tudo e a todos, ela só pensa em "passar os dias". O único momento em que sua estrela parece brilhar, é quando ela falece. Ali,ela teve a sua hora da estrela, ali ela foi importante de alguma forma, ela foi notada,como nunca em vida fora.
Não pense você que Macabéa é uma personagem distante do que nós vivemos. Quantas mulheres existem por aí que apenas esperam a hora de suas estrelas brilharem, vivem por viver, numa existência inexistente? São muitas, sem sombra de dúvidas.Quantas Macabéas são enganadas por seus namorados,pelas pessoas em que mais confiam todos os dias? Não consigo contar aqui em meus dedos. Mas apesar de toda essa "invisibilidade" e intolerância das pessoas,elas conseguem existir,nem que seja pra elas mesmas ou pra ninguém.

Vergonha.

Eu não sei pra quê eu fico relendo os meus textos anteriores escritos neste blog. Deus,quanta porcaria. O pior é que na época eu achei que os textos tavam uma porcaria mesmo,mas só agora eu tenho certeza disso. Como eu sou boba.Eu fico com vergonha de divulgar esse blog por causa da quantidade de asneiras que eu disse. E isso não é baixa auto-estima, é a realidade mesmo.
Mas isso prova que novamente eu amadureci e eu percebi que passamos a vida toda com vergonha do nosso passado, do que fizemos e até do que escrevemos. E vai ser sempre assim, por mais interessante que o que a gente faz pareça ser no momento. Tempos depois,será porcaria, será má escritura.
Enfim, vou finalizando esse texto com menos vontade de deletar esse blog e entendendo que o que eu escrevi antes tenho vergonha agora, e o que escrevo agora terei vergonha depois e sempre será assim. E que tudo isso que causa ou causará vergonha em mim foi o que eu senti ou sentirei, tudo que eu senti ou sentirei vontade de falar e eu não devo ter vergonha disso,nem achar que são porcarias,por que minha história não é porcaria.



Por Nathaly